sábado, 4 de dezembro de 2004

Cão vive!; Já agora, sobre a Antena 3 - Mailing List do Programa da Manhã

De: progmanha@smartgroups.com
Data: 12/03/04 20:11:03
Para: progmanha@smartgroups.com
Assunto: [progmanha] Cão vive! - Nuno Markl


Caros amigos,

O Cão ainda não está morto... E se está moribundo, pelo menos tem sido das melhores e mais compensadoras moribundezas ou moribundices da História. A verdade é que desde os tempos da "Paraíso Filmes" que não me divertia tanto a escrever e a fazer um programa de televisão como o Homem Que Mordeu o Cão. É bom trabalhar com aquelas pessoas, não só a Maria e o Pedro, mas também a Teresa Tavares, o Francisco Palma, o João Quadros, o grande realizador, Fernando Ávila, para quem há muito poucos
impossíveis e toda a equipa técnica. Está a dar-me gozo deitar-me tardíssimo à quinta-feira, mesmo sabendo que na sexta tenho de estar acordado às seis da manhã. Temos baixas audiências? Tendo em conta a hora, nem estamos assim tão mal. Mas não estamos na guerra das audiências. Estamos a querer fazer coisas que nunca se fizeram e a esforçar-nos para que elas resultem e vos façam rir.

Faltam dois para acabar - no dia 16 fazemos o último (e espero que haja ajuntamento vosso nos estúdios Valentim de Carvalho, com a breca! É um momento quase solene!) e quanto à promoção (ou falta dela) por parte da TVI, só sei que nada sei. O que sei é que a TVI continua a deixar-nos experimentar as coisas mais radicais e a não protestar com nada do que temos feito, e essa sensação de liberdade é saborosa. Talvez seja pelo horário (cada vez mais tardio, e uma das principais razões apontadas por muita gente para não ver o programa), talvez seja porque estamos na recta final... Sentimos que, apesar de não nos ter abandonado, a TVI também não estará, obviamente, a investir tanto em nós, agora que queimamos os últimos cartuchos, como estaria no princípio da série.

O site do terceiro livro está a funcionar e eu tenho respondido às mensagens que vão chegando. O problema é que, vá-se lá saber porquê, umas vezes funciona para uns e não para outros e vice versa. Parece-me um site ultra-instável, mas já disse à Texto tudo o que tinha a dizer sobre o assunto e a ele não voltarei. Estou a fazer o meu trabalho no que toca a responder às SMS... Cabe à Texto e à empresa responsável pelo site assegurar que ele funcione para TODA a gente.

Sessões de autógrafos, eis as primeiras: no próximo domingo, dia 5, estarei às 17h na FNAC de Cascais; dia 10, às 18h estou no Feira Nova de Sintra; dia 11 às 16h estou no Carrefour de Oeiras e dia 12, às 16h no Continente de Cascais. Tomem nota. Sessões fora de Lisboa e arredores ainda não estão marcadas, mas a seu tempo estarão.
Há uma festa de lançamento na segunda-feira, no Bar Belém Café (BBC), um daqueles sítios finos demais para me deixarem entrar se eu não fosse um "bestselling author" :-) Acho que a entrada é reservada, mas tentem aparecer a ver no que dá... Se houver muitos, pode ser que a Texto abra as portas à multidão. A festa conta com as participações do Aldo Lima, do Eduardo Madeira (a.k.a. Eddie Stardust) e do João Quadros.

Quanto ao impacto do terceiro livro, estou convencido que vai ser um fiasco. Ha ha ha! Pelo menos comparado com os outros dois. Não me apoquenta. É preciso ter a noção de que tudo tem um tempo de validade e que os tempos de "hype" do Cão terminaram, abrindo-se espaço para outras experiências. Adoro constatar que este é o ano dos Gato Fedorento e gosto de pensar que algumas das primeiras experiências em palco daquele bando de geniais lunáticos foram feitas no Cão ao Vivo.
Sabe-me bem esta suave decadência do Canídeo: os últimos dois, três anos foram dementes de desgaste e a morte do Cão vai permitir-me avançar em 2005 para dois projectos que quero fazer com tempo e calma (uma série de televisão e um argumento de longa-metragem). O "Há Vida em Markl" continua em rádio e no Inimigo Público, sendo que lá para Junho sairá uma colecção dos cartoons com algumas coisas novas e uns cheirinhos da rubrica da Antena 3.

O nosso último grande investimento em termos de Homem Que Mordeu o Cão não será o programa de televisão final - estamos a laborar numa outra coisa que a seu tempo saberão. Queremos fazer qualquer coisa em grande, nos inícios de 2005, para celebrar o fim definitivo do Cão e convocar para isso os membros favoritos da vasta família canídea, como os Gato
Fedorento, as Manobras de Diversão, os Cebola Mol, o Gimba e os
elementos mais recentes do clã como o João Quadros, o Francisco Palma ou a Teresa Tavares.

A gente conta convosco.

Beijos e abraços, saudações caninófilas!

Nuno Markl

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De: progmanha@smartgroups.com
Data: 12/03/04 21:50:30
Para: progmanha@smartgroups.com
Assunto: [progmanha] Já agora, sobre a Antena 3 - Nuno Markl


Um acrescento que me faltou na outra mensagem...

Noto que há algumas pessoas aqui na Mailing List que contestam a música da Antena 3. Não podia deixar de vir aqui defender a minha actual dama. Se há estação de rádio com uma playlist interessante, arrojada e ecléctica (OK, de vez em quando lá passamos uma Britney Spears, mas é muito de vez em quando!) é a Antena 3. Há coragem para passar música nova e estimulante e não apenas a mesma meia-dúzia preguiçosa de "sucessos" repetida até à exaustão, como é apanágio de... bom, de quase todas as outras estações de rádio. Na Antena 3 reencontrei o espírito
do Programa de Autor (que na Best, por exemplo, estava confinado ao sempre grande António Sérgio), descobri extraordinária moderna música portuguesa (sobretudo às quintas-feiras, na Quinta dos Portugueses) que ninguém tem coragem de passar em mais nenhuma rádio e a verdade é que só numa rádio como a Antena 3 se proporcionaria esse momento inesquecível em que conheci e pude conversar com o Jorge Palma (a propósito... grande disco, o "Norte"! Todas as casas deviam ter um), que a primeira coisa que me diz é que não perde um "Homem Que Mordeu o Cão" à quinta-feira à noite na TVI. Só por isto já valeu a pena!

É claro que eu sei que a Antena 3 pode dar-se ao luxo de ter este arrojo e esta personalidade porque não é uma rádio comercial vivendo com a pressão do lucro. E que numa rádio, por exemplo, do grupo Media Capital, o tipo de playlist e programação da Antena 3 significaria um suicídio de dimensões industriais. E também - é sabido por toda a gente - que as audiências da Antena 3 são baixas. Mas deixem que me regozije
com o lado romântico de tudo isto: entre as rádios maiores de Portugal, a verdade é que a Antena 3 é a que anda mais perto do espírito original da Rádio, aquele em que eu acredito e que me fez um dia pensar que se calhar era interessante seguir esta profissão. Só por isso, eu acho que é bem investido o dinheiro dos contribuintes... :-)

Beijos e abraços!

Nuno Markl

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